sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Viagem a negócios caracteriza o turismo de Brasília

Principal turista de Brasília é aquele passa cerca de dois dias para resolver assuntos particulares.



Diariamente, cerca de 40 mil pessoas passam pelo aeroporto internacional de Brasília. Segundo a assessoria de imprensa do aeroporto Juscelino Kubitscheck, o maior movimento de chegada acontece no início da semana e caracteriza um forte turismo de negócios na cidade. Brasília é famosa pela arquitetura e pelos monumentos grandiosos, mas o maior atrativo ainda são os encontros de negócio da capital do país.
Brasília é uma região rica em prestações de serviço e possui mão de obra especializada qualificada quando comparada a outros estados brasileiros. Dessa forma, qualquer tipo de turismo praticado na capital gera grande impacto, mesmo que indiretamente, na economia local. “Além de mão de obra, existe uma grande cadeia de fornecimento e suprimentos por trás desse serviço. A influência no PIB local é enorme”, explica o professor Domingos Spezia, do Centro de Excelência em Turismo (CET) da Universidade de Brasília (UnB).
A principal característica do turismo de negócios são pessoas que chegam à cidade e passam aproximadamente dois dias para resolver assuntos particulares. Normalmente, elas usufruem da infra-estrutura básica do lugar - hotelaria e gastronomia – e retornam as suas cidades. Pela localização geográfica privilegiada e pelas políticas de incentivo ao turismo que o GDF vem implantando, Spezia acredita que a capital tem vocação para ser um grande ponto de turismo cívico e de eventos. “O fomento do turismo de eventos está completamente ligado às outras formas de turismo”, explica o professor.
O turismo cívico da capital ainda é fraco, mas pode crescer a partir de uma boa política do governo local. Segundo o professor do CET, a administração da cidade deveria fazer um programa de incentivo para atrair os turistas de negócios e incentivá-los a visitar outras partes da cidade. “As pessoas que vêm a trabalho devem se sentir à vontade para ficar um pouco mais na cidade e ir a outros lugares além do hotel e do aeroporto”, diz.

A cidade planejada
O aeroporto Juscelino Kubitscheck fica a 15 minutos do centro da cidade e é o terceiro maior do país, em movimento, atrás somente de Congonhas e Guarulhos. Os hotéis se concentram perto do maior centro de convenções da cidade e oferecem uma infra-estrutura moderna aos empresários de qualquer lugar do mundo. A maioria dos hotéis cinco estrelas, perto do centro ou mais afastados, dispõe de salas de reuniões, salões de eventos e espaços para realização de convenções de “qualquer porte”, caso do Blue Tree Park.
O Naoum Plaza Hotel está localizado a 800 metros do Centro de Convenções Ulysses Guimarães (CCUG). Além de hospedar vários turistas na época dos grandes eventos, possui 11 salas de eventos, sendo capaz de promover, por mês, cerca de 150 encontros. Segundo Beth Mendes, gerente comercial do hotel Naoum, a média de ocupação mensal dos quartos é maior de segunda a quinta-feira. “Segunda e terça temos 100% de ocupação, mas no final da semana cai para 20%. Isso se deve aos turistas”, explica.
A maioria das pessoas que visita Brasília procura a capital para negócios. Segundo Beth, as visitas de lazer recebidas no hotel costumam ser de estrangeiros. “Cerca de sete ou oito vezes ao ano recebemos grupos de americanos de terceira idade e arquitetos europeus”, diz. O hotel está sendo reformado para acompanhar o desenvolvimento global e para oferecer mais conforto aos clientes. A gerente comercial conta que o desenvolvimento das tecnologias mundiais, como a teleconferência, ainda não é tão grande no Brasil. “A impressão que eu tenho é que as pessoas ainda gostam de vir ao hotel, de ter contato com as pessoas e conversar com o recepcionista”, conta.

O divisor de águas
Para Beth, a tendência é que Brasília atraia cada vez mais o turismo de eventos. Um dos impulsos desse crescimento foi a reforma do Centro de Convenções. O professor Spezia explica que não existe uma diferença básica entre o turismo de negócios de alguns anos atrás e o de hoje em dia, mas não se pode negar a importância turística que a reforma do centro teve para a cidade. O CCUG foi reformado, ampliado e parcialmente inaugurado em 2005. Desde maio daquele ano, os eventos promovidos chamaram mais de 400 mil pessoas ao lugar. Para os próximos três anos, as datas já estão praticamente preenchidas, com mais de 60 encontros confirmados.
Até a reforma, Brasília não contava com nenhum espaço para grandes eventos e por não possuir um local com tais dimensões, vinha perdendo espaço para o restante do Brasil. Porém, segundo o professor Spezia, “com a reinauguração, a rota foi invertida”. “Foi fundamental para fomentar o turismo de eventos. Ainda é insuficiente, mas foi um passo principal”, acrescenta.
BrasíliaTur é a nova empresa responsável pelo turismo local. Segundo a assessoria de imprensa da antiga Secretaria de Turismo, 7,20% do PIB da cidade é referente ao turismo, seja ele cívico, de negócios ou de eventos. Ocupa a quinta posição no ranking dos municípios brasileiros com maior PIB nessa área, segundo o CET. Mesmo assim, o professor Spezia enfatiza a importância em “haver uma política a fim de fomentar o turismo cívico e torná-lo tão forte quanto o turismo de eventos na cidade” para Brasília alcançar o verdadeiro potencial.

A matéria pode ser conferida no site do IESB

Um comentário:

Anônimo disse...

Vc fica falando que nao consegue escrever pouco, mais vc escreve tão bem que nem dá pra perceber! Parabéns Ju! =*