domingo, 2 de março de 2008

Todo dia é fim de semana


Juliana Boechat - Estagiária do Correio

O Parque da Cidade é uma das áreas de lazer mais antigas de Brasília. Criado em 1978, atrai pessoas de todos os jeitos, com objetivos variados e fica marcado na memória de todos os que passam pelo lugar. Os moradores do DF, pelo menos alguma vez, andaram de carro pelas ruas largas do parque, caminharam pela ciclovia, beberam água-de-coco em alguma barraquinha ou visitaram os brinquedos de um dos cinco playgrounds internos do parque. Crianças e adultos têm espaço e opção de lazer de sobra nos 4,2 milhões de metros quadrados de área verde no meio da cidade. De todos os brinquedos oferecidos, o mais lembrado pelas crianças é o foguete, com 15 metros de altura, colorido de amarelo e vermelho. Mas esse é só um entre os 35 brinquedos que compõem o parque Ana Lídia, o maior e mais bem cuidado playground do Parque Sarah Kubitschek.

Quarta-feira de férias, três horas da tarde, o sol está escaldante. Os brinquedos e a areia queimam os pés das crianças e, mesmo assim, o parque Ana Lídia está cheio. Nos dias de semana, 500 pessoas passam pelo lugar e, nos fins de semana, o parque chega a receber 2 mil visitantes. Na época das férias é como se fosse fim de semana todos os dias. Quem passa pelo lugar vê crianças correndo, adultos sentados nos bancos e pessoas deitadas em cangas embaixo das árvores. Mas é o foguete que gera curiosidade e atrai as maiores atenções de crianças, que formam fila para subir as escadas. O brinquedo é sucesso desde o início do Parque da Cidade. Várias gerações já desceram correndo a rampa, já tentaram se equilibrar na ponte bamba de madeira e fizeram do brinquedo cenário de fotos de infância.

O parque passou por duas reformas: uma em 2005 e a outra em novembro do ano passado. Nas duas vezes, os 35 brinquedos do Ana Lídia foram pintados, e os que estavam estragados foram reformados. Mas os casos mais críticos continuam sem conserto e sem previsão de reforma, como é o caso do gira-gira. O brinquedo redondo está torto, com um dos lados apoiado no chão e interditado. Ana Flávia Almeira Bertucci, 11 anos, lamenta não poder usar um dos seus brinquedos favoritos. Ela levou a prima, de Santos (SP), Tatiana Estevão de Araújo Rangel, pela primeira vez ao parque e as duas corriam sem parar. “Depois do gira-gira, gosto do foguete. É alto e tem obstáculos que a gente tem que vencer toda hora”, explica Ana Flávia. Ela diz que só vai ao parque nos fins de semana, e que a família toda fica satisfeita. “O parque todo é bom, todos os brinquedos são divertidos, tem um chuveiro e é grande. É um parque tamanho família”, diz a brasiliense.

O Ana Lídia tem um total de 21 mil metros quadrados, mas apenas 781 metros quadrados são ocupados com os 35 brinquedos. Há espaço suficiente para promover atividades nos fins de semana e feriados na cidade. Com barraquinhas de pipoca, de algodão doce, música e muita animação, o parque é visitado por famílias que gostam de se reunir e comemorar as datas festivas. No estacionamento acontecem várias atividades recreativas em datas especiais, como a comemoração do Dia das crianças e do 7 de setembro. Ali também é palco de eventos infantis como aulas e apresentação de circo, a Maratoninha e, na época do carnaval, o trio elétrico, conhecido como Baratinha.

O consultor de 37 anos, Luiz Henrique Rodrigues Siqueira, sempre que pode leva as três filhas ao parque Ana Lídia. Maria Clara, 9 anos, Ana Teresa, 7, e Gabriela, 5, ficam animadas e não param um instante. Mas, segundo o pai, nem correr durante duas horas faz com que elas durmam cedo. A filha mais nova toma cuidado para não queimar o pé no chão quente, mas isso não a faz desistir de brincar. Luiz Henrique acha o parque uma opção de lazer fabulosa”. “Os brinquedos são legais e eu prefiro trazer minhas filhas aqui a levar em um shopping. Isso aqui é diversão”, conta. Ele montou um circuito para levar as filhas em todos os brinquedos do playground. Eles passam pela ocas dos índios, pela carruagem, pelos balanços, pelos obstáculos montados no meio da areia e chegam ao foguete.

Gabriela adora a idéia do pai e diz que os brinquedos são divertidos e radicais. Mas a atração favorita da menina ocorre aos sábados, quando um grupo de animação leva cordas e pernas de pau para a criançada se divertir. Ela conta orgulhosa que já está andando um pouco sem segurar na corda. “É divertido, é um desafio”, diz, ao lado do pai. Com uma máquina fotográfica no bolso, Luiz está preparado para registrar todo o tempo de diversão das filhas e fica satisfeito de passar esse tempo com elas. Mas, mesmo sendo a melhor opção para diversão e para tirar as crianças de casa na época das férias, ele percebe que o espaço poderia ficar ainda melhor. “Podia ter mais bebedouros, mais lixeiras e alguns brinquedos poderiam ser consertados. A tendência é só melhorar”, diz.

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