domingo, 2 de março de 2008

Seguraaaaa, coração!


Juliana Boechat - Estagiária do Correio

Janeiro com sol em Brasília é um convite irrecusável para sair de casa. No Parque da Cidade, um dos destinos mais procurados nos dias ensolarados, o Nicolândia Center Park, centro de diversões localizado próximo ao Quiosque do Atleta, atrai olhares curiosos e anima crianças que passeiam pelo lugar. À noite, o parque chama mais a atenção, com as milhares de luzes coloridas que dão forma aos brinquedos. Em uma área de 20 mil metros quadrados, o Nicolândia oferece 35 brinquedos e uma capacidade para suportar 10 mil pessoas, como foi comprovado no último Dia da Criança. Durante a semana, cerca de 300 crianças passam elo parque, mas o número sobe para 3 mil aos sábados e domingos.

O Nicolândia existe desde a criação do Parque da Cidade, em 1978, e virou alternativa da meninada até para a comemoração dos aniversários. Foi o caso de Nátaly Bijos Gouveia, que decidiu festejar a chegada de seus 14 anos divertindo-se no local, com um grupo de 11 amigos, todos na faixa dos 13 aos 15 anos. Cheios de energia, os amigos gritavam nos brinquedos mais emocionantes, corriam e riam o tempo inteiro. Para eles, o único problema era decidir se iam na parte da frente ou atrás no carrinho da montanha russa. A aniversariante conheceu os amigos pela internet há um ano e teve a idéia de reuni-los no centro de diversões.

Para Laio Gonçalves de Seixas, 15 anos, que freqüenta o parque desde a infância, o lugar está bem melhor, com a cerca e a revitalização dos brinquedos. Além de diversão, o parque oferece uma pequena praça de alimentação, em uma área coberta, com mesas que ficam à disposição para os pais que querem descansar, comer e beber enquanto esperam os filhos. As barracas vendem churros, crepes, milho cozido, maçã do amor, pipocas e pastéis. Vendedores de sorvete são os únicos com autorização para circular entre os brinquedos, atraindo os visitantes entre uma brincadeira e outra.

Ofegante, o adolescente Anderson Marsniwz Pereira, 16 anos, desceu do tobogã com a irmã mais nova de 4 anos, Ingrid Rosa Pereira. “Ela ainda não pode ir sozinha. Mas, no final das contas, eu também gosto desse brinquedo”, afirma. Para ele, que mora em apartamento, o Nicolândia é uma boa opção de diversão. Ingrid não via a hora de escorregar de novo nas ondas do tobogã, que agora estão pintadas de azul para imitar as águas do mar e dar mais veracidade à brincadeira. São 15m de altura que provocam frio na barriga a cada descida, e é isso o que mais atrai a menina. “Eu gosto da aventura”, conta, impaciente para voltar ao brinquedo. Ela corre à frente do irmão, mas volta gritando: “Quero ir de novo!”. E Anderson atende ao pedido.

Sensações fortes
Marco Antônio Gomes de Sousa, gerente do Nicolândia, confirma que os brinquedos mais procurados são os que provocam sensações mais fortes nas pessoas. A montanha-russa, o tobogã e o American Show são os preferidos. “Mas não é suficiente, o público agora quer o Ranger. Até o final do mês vamos instalar o brinquedo. O espaço já está reservado”, diz Sousa, apontando para um campo aberto ao lado da montanha-russa. O brinquedo é formado por duas cabines presas a duas hastes em forma de alicate, que giram e deixam as pessoas de cabeça para baixo.

No final do ano passado, novos brinquedos foram instalados a pedido do público e, agora, o maior parque de diversões fixo da cidade está com três novidades. Um novo carrossel, outra pista de bate-bate e o American Show. “Foi um presente de Natal para as crianças. Do dia 25 ao primeiro dia do ano, o parque chegou a receber 5 mil pessoas”, revela Sousa. O American Show, um caminhão metalizado e um pouco barulhento, com um dos lados vazado, virou o grande sucesso do parque. Dentro do brinquedo, as crianças passam por vários obstáculos e atravessam por esguichos de fumaça. Mas o funcionário do parque Pedro Henrique prefere não contar o que acontece lá dentro e faz suspense: “Para saber a verdadeira sensação, tem que entrar”.

Durante as férias, o parque tende a ficar cada vez mais movimentado. A procura cresce com as colônias de férias, que só acabam em fevereiro, quando recomeçam as aulas. A colônia Brincando sem Barreiras, que atende crianças com necessidades especiais, levará um grupo de 40 pessoas para se divertir no Nicolândia, no dia 18. Segundo a coordenadora do grupo, Andréa Ribeiro, alguns brinquedos podem ajudar a dar confiança e diminuir o medo das pessoas com deficiência. “Além de seguro, é um bom ambiente para a criançada. Existe todo o clima de parque de diversões, além do contato com outras crianças”, explica Andrea.

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