domingo, 2 de março de 2008

Temporal inunda e pára capital




























Juliana Boechat - Estagiária do Correio

A Avenida das Nações parou ontem, por volta das 18h. Devido à forte chuva do final da tarde os transtornos no trânsito atingiram todo o Plano Piloto, desde o viaduto do aeroporto, próximo à Vila Telebrasília, a vias e quadras das asas Sul e Norte. Dois ônibus atolaram e impediram a passagem dos carros perto do Setor Policial Sul, 115 Sul e a L2 Sul. A água subiu o meio-fio e chegou na metade das rodas de um dos ônibus, que parou de funcionar no meio do caminho com 60 pessoas a bordo.

Outro ônibus cheio de passageiros tentou desviar o caminho e passar por cima do canteiro alagado, mas atolou. Motoqueiros tentavam enfrentar a grande quantidade de água, mas seis das 13 motos falharam. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que a chuva durou cerca de três horas e que transtornos como os de ontem devem continuar até as primeiras semanas de março. Por causa da tempestade, os eixinhos, o Eixão e a L4 ficaram engarrafados.
Por ser a principal via de ligação entre algumas cidades e o Plano Piloto, a Avenida das Nações parou e provocou retenções de tráfego em outras vias de fuga para o centro da capital. O ônibus que ficou parado no meio da água levava os passageiros da Esplanada dos Ministérios ao Riacho Fundo 1. Os passageiros esperaram mais de uma hora até outro veículo da empresa chegar para continuar o trajeto. Uma grávida e um homem passaram mal dentro do carro cheio.

Enquanto isso, o engarrafamento ao longo das vias que têm ligação com a Avenida das Nações começaram a se formar. Na L4, os carros formaram uma fila de 5km que acabava perto do Clube Nipo, no Setor de Clubes Sul. Motoristas impacientes encontravam jeitos de sair do engarrafamento e se arriscavam pela contramão. Marta de Godoy Bastos, 40 anos, disse ter ficado 37 minutos no engarrafamento, quando decidiu ir para o outro lado da via.

Escoamento
Em outros pontos do DF a chuva também causou transtornos. No Guará, uma moto e um carro colidiram, mas não houve feridos. No Eixo Monumental, um carro também bateu em uma moto, mas ninguém se machucou. Moradores de cidades como Estrutural, Taguatinga, Guará, Sobradinho, entre outros, também enfrentaram alagamentos e retenções de trânsito.

O Secretário de Obras, Márcio Machado, explica que o motivo dos alagamentos é que a rede de drenagem pluvial é insuficiente para 1 milhão de quilômetros de vias urbanas e 5 mil km de rede de drenagem. “Ao longo do tempo, a quantidade de construções aumentou e aos poucos o solo ficou impermeabilizado. Precisamos de outras formas de escoar a água”, diz. Obras para melhorar o sistema de escoamento da água das chuvas devem começar até agosto.